Considero esse, o post mais intrometido que já publiquei aqui no blog. Digo isso, porque vou opinar diretamente sobre uma indecisão constante em todos os estudantes de Medicina brasileiros: ficar no Brasil tentando mais uma vez ou começar a estudar Medicina e realizar o sonho em outro país? E, com esse pensamento, todas as dúvidas martelam nossa cabeça dia-a-dia: vou conseguir voltar, a educação é de qualidade?
Nesse artigo, vou tentar expressar a opinião de uma estudante que decidiu sair do país (eu) e da minha experiência durante todo esse período, assim como minha opinião sobre o processo seletivo brasileiro + a insistência dos estudantes por medo de que não consigam voltar ao país ou de ter uma educação de qualidade ruim.
Sempre digo e vou repetir, tudo que publico aqui é minha opinião. Com certeza, muitas pessoas terão opiniões diferentes, mas essa é a minha, baseada na minha experiência e na forma como eu vejo a vida. Falei um pouco sobre isso no post: A dor e a delícia de estudar Medicina
Se aproxima o ENEM e percebo, com isso, a angústia de tantos estudantes que somente querem seguir a vida de forma comum: estudar a faculdade que sempre sonhou e ser um profissional de sucesso ou aquele que vai cuidar das pessoas que não tem condições de ter acesso a um sistema de saúde de qualidade.
Sinceramente, o sistema de educação brasileiro me deixa um pouco indignada, pois segrega, separa, discrimina. Por que não podemos seguir o curso normal da vida com a faculdade dos nossos sonhos? Pelo corporativismo médico, pela falta de investimento na educação? Pela falta de educação básica?
Estudar fora do Brasil faz com que o estudante escape desse sistema e se paramos para pensar, um pouco, na qualidade da educação e eu posso falar da educação argentina, vemos que existem alguns pontos que são incomparáveis com a educação brasileira:
- São 4 prêmios Nobel (3 em Medicina);
- Na Argentina, viveu o melhor cardiologista do mundo (Favaloro) que inventou o marca passo;
- A Universidad de Buenos Aires, pública, mesmo estando o país em crise, foi a que mais investiu em pesquisa nos últimos 50 anos;
- Somos incentivados a pensar e não somos considerados um depósito de informação;
- Aprendemos que a Medicina é amor pelo outro e não uma fonte de renda....
Será até chato falar, ponto a ponto, no que se destaca a educação na Argentina, mas vale a pena pesquisar um pouco. E pare, pense: o que seria dos cursinhos se o professor assumisse a opção de viajar como uma boa opção = ele não teria emprego.
Esse post tem a intenção, minha intenção de dizer não perca tempo por preconceito ou medo, vale a pena lutar, seja em seu país ou em outro, para lutar pelo seu sonho. Por agora, é isso...Espero que esse seja o início do incômodo, o ponto de partida para que você se perimta, pelo menos, duvidar se quer tomar uma nova decisão ou seguir nadando contra essa corrente cruel!
Se eu puder ajudar, conte comigo!
Hábraços!
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